Resenha de CD originalmente publicada pelo site Imprensa do Rock

Por Fernando Sales

Nota: 09.0/10.0

Eu fico ainda imaginando o quão um cara pode ser injusto, morando no Brasil, ao negar prioridade de atenção para as bandas daqui. Eu recebi recentemente este segundo álbum da ASKE e, meus amigos, que disco foda! Black Metal old school, mas com aquela veia maligna que só o músico brasileiro tem.  Não é algo como o Sarcófago, mas transita bem entre a cena de Minas e o que as norueguesas costumam fazer.

O pessoal da Eternal Hatred Records resolveu apostar, e acredito que os caras apostaram muito certo! As composições são muito bem feitas, arte gráfica bem minimalista, como o estilo pede, e assuntos muito bem escritos nas letras. “Vol. II” é um álbum completo e que se não for escutado na íntegra, possivelmente o fã não vai entender o seu real propósito, e pior, vai ficar com uma terrível aparência de que algo faltou. Filipe Salvini registrou bateria, baixo e voz, enquanto que Lucas Duarte é o responsável pelas guitarras! Fiz questão de ressaltar isso, porque apenas dois caras conseguiram entregar um disco tão bom, que muita banda, até no exterior, com quatro ou cinco membros, não consegue!

Salvini é um ótimo cantor, mas como letrista ele se sobressai mais ainda. Fomos informados que ele de fato é um estudioso das religiões africanas aqui no Brasil, e ele sabe como empregar tais conhecimentos na sua música. “No Soul to Sell”, “The Origins of Satan” e “Pazuzu (Lost into a Valley of Rot)” são ótimos exemplos disso! As músicas por si só já pegam o ouvinte, mas quando você tem o encarte em mãos, a experiência cresce assustadoramente! Acredite, melhor você ouvir o CD e tirar suas próprias conclusões, e se achar que estou exagerando, pode vir me cobrar aqui depois!

Mais uma vez agradecemos ao pessoal da Eternal Hatred Records pelo envio do material e, pela forma profissional, que vem tratando não apenas a ASKE, mas todas as demais que tivemos conhecimento. Quanto a ASKE, não sei quais são os planos dos caras, mas espero que possam levar este disco para shows ao vivo. No exterior tem bandas que se apresentam como duo, acho esquisito, mas existem. Então, mesmo como dupla, espero que role a tão bem vinda turnê.