Resenha de CD originalmente publicada pelo site Imprensa do Rock

Por Fernando Sales

Nota: 08.0/10.0

“Inglorious Hearts” é o título do primeiro registro da paulista INGLORIOUS BASTERDS e, mesmo com poucas audições que me submeti para a montagem deste texto, já meio que virei fã incondicional dos caras. Não vou mentir que a referência à Tarantino já me pegou de jeito, mas este é apenas um detalhe de um produto muito bem maturado, estruturado. São ao todo cinco músicas, e mesmo que pareça pouco conteúdo, soam funcionais em uníssono. Muito bom mesmo, pode acreditar.

Não sei até que ponto vão as referências à obra de Tarantino, porque não tive acesso às letras do material, por ter recebido apenas a sua versão digital. Mas também é muito importante que se diga que, uma versão física já está sendo negociada e que, provavelmente, será disponibilizada no Brasil através da MS Metal Records. Caso isso ocorra, vai melhorar muito a experiência porque, pelo pouco que pude captar, vários dos seus assuntos giram em torno de guerras, conflitos e afins. Deve ser muito interessante poder acompanhar isso com o encarte em mãos.

A produção não compromete, mas também não é algo que seja um ponto forte aqui. Eu sempre aconselho as bandas que me procuram a mixar e masterizar os seus trabalhos no exterior. Nada contra os profissionais daqui, mas geralmente quando é tudo feito lá fora, e falo da pós produção, as coisas tendem a atingir um patamar maior e mais contundente. Senti falta dos graves, de mais pulsação, até porque o som da INGLORIOUS BASTERDS é pra ser mais pulsante, por não se ater à velocidade, muito comum em outras do gênero. “Of Hawks and Rats” e “Papilon” são as melhores, e acredito que foram as que mais sofreram. Elas praticamente clamam por mais peso! Mas ei, aqui são críticas construtivas, até porque eu amei as composições deste grupo e, quero que o próximo disco me emocione ainda mais.

A INGLORIOUS BASTERDS já iniciou sua carreira no caminho certo, bastando apenas um suporte maior para que avancem na sua trilha, de maneira mais apropriada. Por exemplo, este álbum já foi lançado há muitos meses atrás, mas só agora chegou pra gente. Por sorte ele ainda soa como novidade, e deve perdurar assim por um bom recorte temporal. Críticas feitas? Sim, mas que despontem logo, para quem sabe serem os novos representantes do Heavy Metal brasileiro no exterior.