Resenha de CD originalmente publicada pelo site Imprensa do Rock

Por Fernando Sales

Nota: 08.5/10.0

O tom das cores da capa deste “Chaos of Doom”, me lembrou do antigo debut da banda baiana Slavery, “To Kill in Cold Blood”, lançado originalmente em 1992. Aliás, até mesmo os traços das artes, ambas feitas a mão, foram detalhes que me fizeram linkar estes dois álbuns. Mas as semelhanças param por aí, apesar das duas trazerem o Thrash/Death Metal em suas respectivas essências. Mas vamos logo ao que me trouxe aqui, para escrever esse conteúdo.

“Chaos of Doom” é um disco de Thrash Metal, isso não tem como negar. Porém, a adição de nuances do groove, Hardcore e Death, revele uma nova ramificação, e que não me deixa a vontade para restringi-lo a um subgênero específico do Metal. Dizer que a DEATHSPIT é uma banda que faz apenas Thrash Metal, acredito que seria errôneo da minha parte, porque eles vão além das diretrizes deste. “No God”, por exemplo, começa com riffs bem na linha do Megadeth, para depois cair numa base que me remeteu à fase de “Violent Revolution” do Kreator. Ou seja, passou longe do Death Metal, que muitos por aí ficam vociferando que a banda executa. Não quero desmerecer o trabalho de alguns colegas de profissão, mas uma simples audição menos apurada, da pra jogar a DEATHSPIT muito mais para o lado do Thrash do que do Death.

“Sawn of Violence” é ainda mais rápida e pulsante, outra porrada Thrash. “Signs of War” já apresenta o lado mais grooveado dos caras, e nada do tal Death Metal aparecer (risos). Além delas, a minha preferida é “Namaste”, com a sua forte influência de “Seasons in the Abyss” do saudoso Slayer. Esta aí, sem qualquer sombra de dúvidas, é obrigatória em todo e qualquer show que este trio for realizar. Pra mim, a melhor dentre todas!

A DEATHSPIT é uma banda de Thrash Metal, com pitadas de groove, Death e Hardcore, isso sim! Desafio a qualquer um que me prove que estou errado! Mas aqui o que importa é que “Chaos of Doom” funciona e é um excelente lançamento do pessoal da Eternal Hatred Records. Selo este que vem acertando bastante nos últimos anos!