Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Reidjou
Por Alex Viana
Nota: 09.5/10.0
Para um velho noventista como eu, que acompanhou bem de perto as carreiras de bandas como Anathema, My Dying Bride, Solstice, Celestial Season, Paramaecium e congêneres, poder ter contato com “Reflection of Emptiness”, da brasileira FOHATT, é um verdadeiro presente. Doom Metal dos bons, feito sob medida para que é saudoso da época que mencionei neste mesmo parágrafo. Se você tem mais de trinta e cinco anos e gosta do gênero, pode mergulhar de cabeça sem erro.
Lançado pela Eternal Hatred Records, que já jogou no mercado grandes artistas como The Cross, Malefactor e Headhunter DC, o material já chega com o suporte mais do que digno de uma grande gravadora. E merece! Todos os detalhes da obra são dignos de nota, bebendo da fonte, inclusive, de muitos dos exemplos que citei aqui neste texto. Ou seja, toda a climática lúgubre do segmento está presente, com aquela dose homeopática de melodias frias, que permitem que viajemos longe nos nossos pensamentos.
A produção do material é certeira, então não tive qualquer dificuldade para perceber os mínimos detalhes que estão aqui presentes. Digo isso porque consumi este trabalho por vários dias sequenciais, deixando de lado outros títulos que recebi aqui na redação, e que também mereciam a minha atenção. Mas fiquei preso em músicas como “Motus Temporis” e “Sentenças Ocultas”, que me transportaram no tempo, quando ainda tinha dezoito anos de idade, quando tudo era muito mais difícil e romantizado, em termos de acessibilidade na cena.
“Reflection of Emptiness” é daquele tipo de disco que já nasce com toda a pompa de clássico. Acredito que ele vá vencer as adversidades e os testes impostos pelo tempo, para se tornar um dia referência estética e artística para outras gerações de músicos. Indispensável para os amantes do Doom Metal, e que já estavam carentes de novos títulos por aqui.
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