Resenha: debut álbum da Macumbazilla figurando entre os destaques no portal Whiplash
Postado em 12/02/2024


Resenha de CD originalmente publicada pelo Portal Whiplash!

Por Alexandre Veronesi

Há cerca de 10 anos atrás, na cidade de Curitiba/PR, a banda MACUMBAZILLA dava início às suas atividades. O power trio, atualmente composto por André Nisgoski (vocal e guitarra), Carlos “Piu” Schner (baixo) e Júlio Goss (bateria), executa um Rock N’ Roll sujo, cru e despojado, com cavalares doses de Heavy Metal, Hard Rock e outras vertentes, criando a sua própria identidade por meio deste vigoroso amálgama sonoro, sem a necessidade de virtuosismos ou experimentações.

Em 15 de Novembro de 2021, foi lançado o primeiro full-lenght do MACUMBAZILLA, intitulado “…At A Crossroads”. Se engana quem pensa que a data foi selecionada de forma aleatória, pois não só feriado de Proclamação da República, 15 de Novembro é também o Dia Nacional da Umbanda, e como o nome do grupo já sugere, existe por parte do trio uma grande admiração e respeito pelas religiões de origem afro-brasileira, além das óbvias influências em algumas de suas letras. Vale citar que, nessa mesma data, em anos anteriores, foram lançados o EP de estreia, autointitulado (2014), e o primeiro Single do novo trabalho, “Hellhounds” (2019).

“…At a Crossroads” apresenta um total de 14 peças autorais, e não obstante a minha particular reticência em relação a álbuns de longa duração – este beira os 60 minutos – devo, com alegria, admitir que a audição da bolacha é absolutamente fluida, em especial pela alta qualidade do repertório e a grande energia que se faz notável em todas as composições, além da evidente química que há entre os 3 integrantes. Impossível manter-se indiferente a petardos do calibre de “Colossus”, a faixa de abertura; a supracitada porrada “Hellhounds”; “Leave my Beer Alone”, festiva e boêmia; “Ladies from Mars”; “Seize the Day”; a veloz e ‘alternativa’ – por falta de um termo melhor – “Blondie Phantom”; “Dark Hordes“, com sua cadência descomunalmente pesada; “Slow”, contida e de refrão marcante; e, por fim, a balada “Morningstar”, um híbrido de melancolia e esperança realizado na medida certa, que encerra o registro com um considerável toque de primazia.

Em suma, “…At a Crossroads” é um disco poderoso, eletrizante, e acima de tudo, altamente divertido. Carregando uma sonoridade simples e muito orgânica, é sem sombra de dúvidas um dos grandes destaques nacionais de 2021, e altamente recomendado para quem curte o Rock N’ Roll verdadeiro, independentemente de rótulos ou subdivisões.

Outra novidade muito legal, que não posso deixar de mencionar, é que a banda lançou recentemente sua própria cerveja, a “Black Napalm”, criada em parceria com a Bastards Brewery (cervejaria artesanal de Curitiba), que trata-se de uma mistura de Oatmeal Stout com Irish Whiskey, e o resultado disso é uma bebida forte, encorpada – assim como o som dos caras – e de elevado teor alcoólico (12,1%).

 
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