Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Fullrock

Por Jeferson di Pádua

Nota: 08.0/10.0

Como sou um fã inveterado do Power Metal, ao me deparar com a arte de capa deste “Utopia”, da banda brasiliense QUANTUM NOCTEM, caí de cabeça sem nem pensar duas vezes. Foi daí que veio o meu primeiro puxão de orelha, pois ao contrário do que o projeto do designer João Duarte sugere, estava diante de um grupo que abraçou o Metal Progressivo como mantra, enxertando muito peso e personalidade no decorrer de todo o material.

Confesso que em um primeiro momento, me frustrou demais ter um trabalho em minhas mão que não bebesse da fonte de nomes como Stratovarius, Angra e Blind Guardian. Contudo, ao dar uma bela chance para “Utopia”, me permiti me abrir para um novo mundo repleto de nuances, complexidade e uma nova linguagem de composição. Dito isto, é importante ressaltar que não sou profundo conhecer do Djent, muito pelo contrário, e aqui os caras extrapolam o Prog Metal com o alto grau de peso inserido nas estruturas, que acaba por desaguar neste tal subgênero de cunho vanguardista.

Em tempos que todos põem o termo “post” à frente das ramificações do Metal que já existem há décadas, me gerou certo alívio saber que o QUANTUM NOCTEM optou por algo menos 2024. “Bleed Like a Hero”, “Combustion”, “Time Machine” e a faixa título ficam bandeira nesta nova tendência estilística do Progressivo com muita força, causando até certo espanto com a propriedade que esses músicos se enveredam por este caminho. Talvez o grande responsável por isso seja o guitarrista Marcio Oliverr que, além de compositor, segura com personalidade as seis cordas, o que ocasionou por manter a minha atenção durante as dez canções.

A QUANTUM NOCTEM, apesar da minha errata inicial, conseguiu me ganhar por demonstrar sustentabilidade quanto ao alto nível das composições de “Utopia”. Na realidade, esse pessoal conseguiu que eu até ficasse curioso por pesquisar mais a fundo sobre o estilo. Torço muito pra que a banda ganhe espaço e respeito no nosso cenário, porque competência e vigor, este quarteto tem de sobra para despontar.