Resenha: novo álbum da Orthostat em destaque no portal Rifferama
Postado em 24/01/2024


Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Rifferama

Por Daniel Silva

A ORTHOSTAT lançou no dia 4 de novembro o seu segundo disco, “The Heat Death”, com versão física em CD pela Eternal Hatred Records. A exemplo do primeiro álbum, “Monolith of Time” (2019), o novo trabalho também é conceitual. David Lago (voz e guitarra), Rudolph Hille (guitarra e teclado), Eduardo Rochinski (baixo) e Igor Thomaz (bateria) contam em dez faixas a história do surgimento ao fim do universo. O enredo não está representado apenas nas músicas, mas também na arte da capa, pintada à mão por Marcio Blasphemator — o encarte foi desenhado pelo vocalista e pelo baterista. “A nossa ideia foi querer fazer um CD bem chamativo, com uma arte colorida, para fugir um pouco dos moldes do death metal”, comentou o guitarrista Rudolph Hille. O pensamento “fora da caixa” segue para a sonoridade do quarteto, que está mais pesada e densa, mas traz passagens de violão clássico e teclados analógicos, e solos melódicos e introspectivos.

O diferencial do disco, além do conceito, é a produção, assinada por todo o grupo, que focou nas características de cada integrante. “The Heat Death” captura a musicalidade que a ORTHOSTAT apresenta ao vivo. O resultado é uma sonoridade robusta e cheia de detalhes, como o baixo estalado de Eduardo Rochinski ou as viradas já conhecidas do baterista Igor Thomaz. As gravações para o álbum ocorreram em paralelo a uma turnê com cerca de 20 datas, quando tiveram a oportunidade de tocar com bandas como Krisiun e Crypta, e formar uma base de fãs na região Norte do estado (Joinville, Rio Negrinho, Mafra). A experiência na estrada também afiou a performance do quarteto em estúdio. A ORTHOSTAT soa mais imponente e criativa, também pelas novas referências que foram agregadas ao repertório, como o jazz e a música indiana. Em contato com o Rifferama, o guitarrista Rudolph Hille falou sobre as diferenças que “The Heat Death” trouxe e também dos planos da banda.

—  As músicas têm andamentos diferentes, a gente estava escutando coisas que não era metal na época, como John Coltrane. O riff do meio da “Gravity” é uma construção de jazz, com blast beat, guitarra pesada e palhetada alternada. Trouxemos elementos novos, dessa vez não nos impusemos limites, fizemos o que veio na nossa cabeça e tentamos dar o máximo para gravar o jeito que o Eduardo toca o baixo ao vivo, batendo. Também fizemos questão de implementar o feeling da bateria do Igor, que tem uma maneira de tocar dele. A receptividade foi além do que a gente esperava, apesar de ser um pouco fora da caixa, não é um disco pra qualquer um, ele tem umas coisas diferentes. Quisemos fazer umas guitarras mais sujas, usamos fuzz (pedal), que é usado em stoner e doom, ficou bem interessante. A gente queria estampar a nossa personalidade nele em todos os aspectos, a cara da banda estar no som. Temos 25 datas para o ano que vem. No primeiro semestre vamos ficar mais no Sul, depois pretendemos subir para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e fazer umas datas na Argentina também.

 
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