Resenha de CD originalmente publicada pela Roadie Crew Magazine

Por Alex Freire

Nota: 08.5/10.0

Eu sou relativamente novo aqui na Roadie Crew, mas já acompanho a revista desde a época que era um fanzine. E, desde lá de trás, os paulistas do TROPA DE SHOCK, sempre figuraram em suas páginas. Sempre com trabalhos muito bem avaliados, consistentes e que enaltecem a base mais tradicionalista do Heavy Metal. Goste ou não goste do som do TROPA DE SHOCK, fato é que a banda continua por aí, lançando seus álbuns, e vencendo todas as barreiras impostas pelo tempo.

“The Circle of Spells” é o título do trabalho mais recente do quinteto, e devo admitir que de todos que escutei da sua discografia, este parece ser o mais maduro e bem finalizado. Contudo não dá pra esperar mudanças drásticas no som, o grupo apenas ficou melhor dentro daquilo que já faz desde os anos oitenta, o que meio que já entrega o que o seu fã já espera. Sem surpresas, estes caras mantém o Heavy Metal como caminho para a criação de músicas como “The Forest Blair”, “The Evil Queen”, “Returning to Be Human” e “The Lament of Marmeades”; todas elas dentro do conceito místico que permeia a obra aqui analisada.

A produção é modesta, mas acredito que tenha sido conduzida desta forma, para que a sonoridade fosse orgânica, e neste ponto eles conseguiram se sair muito bem. O vocalista Don não tem como não ser citado, já que carrega o projeto nas costas desde o início e, apesar dos vários problemas de saúde, está com a voz inteira. Na outra linha de frente, temos o baterista Marcio Minetto, que mantém a pulsação do som sempre em alta. A dupla aqui faz a diferença e, não por acaso, são os únicos membros remanescentes desde os primórdios da carreira da banda.

“The Circle of Spells” é indicado para os fãs que não se cansaram do Heavy Metal Tradicional e que, principalmente, não tenham aquela necessidade de sempre buscarem uma sonoridade nova. A proposta aqui é outra, definitivamente. Trata-se de um objetivo claro de manter o estilo vivo, sem experimentos ou adições de elementos que o pudessem descaracterizar. Heavy Metal puro, para fãs puros de coração!