Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Fullrock

Por Jeferson di Pádua

Nota: 08.0/10.0

Vinda das terras geladas do Brasil, a MALICE GARDEN retorna ao cenário com o lançamento do seu debut álbum “Supreme Instinct Numb”, praticando um Death Black Metal digno dos mais importantes representantes do estilo. Para quem pensou no Dissection como referência, devo admitir que acertou em cheio, pois o legado do saudoso Jon Nödtveidt exerce muita influência aqui, o que acaba sendo providencial para situar o leitor menos avisado.

“Supreme Instinct Numb” conta com nove tracks em pouco mais de trinta e cinco minutos de conteúdo, deixando a audição cursiva e nem um pouco cansativa. A produção é certeira, pois prima em deixar bem evidente os riffs melodiosos, em meio aos andamentos rápidos. Mas não se engane, este disco não é uma pancadaria desenfreada, que deixa todas as faixas similares entre sim, muito pelo contrário, tudo aqui é bastante variado, resultando numa obra que nos permite ter várias sensações ao escutá-la. Percebam por exemplo as músicas “Poison Divine” e “Denying Creation”, ambas contendo estruturas muito diferentes entre sim, mas da pra sentir a assinatura da banda, algo como a existência de um fio condutor que as une.

Em um país que já revelou nomes de peso como Sepultura, Krisiun, Crypta e Nervosa, podemos agora facilmente incluir a MALICE GARDEN neste rol de “celebridades” do nosso underground. O caminho pra estes caras pode até ainda ser mais longo que os seus congêneres, mas competência para trilhá-lo é o que não falta, como ficou evidente após o encerramento de “Supreme Instinct Numb” , com a ótima “Exodus”. Item obrigatório para maníacos fãs do gênero.