Resenha de CD originalmente publicada pelo portal Subterrâneo Metal Punk
Por Johnny Freire
Nota: 09.0/10.0
A VESPERASETH é uma banda de Campinas, São Paulo, que me surpreendeu em diversos aspectos. O grupo trabalha elementos modernos, progressivos e folks com muito conhecimento de causa. O som é um híbrido interessante e improvável, contudo funciona muito bem, dentro de uma costura digna dos grandes do Prog Metal. Sim caro leitor, pode se preparar para se surpreender com esses caras!
A produção do álbum é muito competente, trazendo peso na medida certa, brilho e uma nitidez invejável para que cada detalhe dos instrumentos fique bem inteligível ao ouvinte. Como já mencionei no parágrafo anterior, prepare-se para ser desafiado, porque a VESPERASETH foge de qualquer senso comum, para demonstrar o quanto quer se destacar no cenário, buscando de fato uma assinatura muito própria. E, se ainda não conseguiram neste “Nebro”, estão muito próximos de tal feito.
O álbum abre com um breve trecho com vozes orientais, já emendando com bases que remetem ao Oriente Médio. Sim, “Abdul Alhazred” surpreende logo de cara, com um nível de imprevisibilidade que salta aos ouvidos. Na sequência, o vocalista Naamã Calebe conduz a faixa com linhas voltadas para os screams, para entortar mais ainda os meus neurônios, que esperavam algo próximo ao que Zaher Zorgati desempenha no Myrath, por exemplo.
O material segue firme com “Necronomicon: O Livro dos Nomes Mortos” que traz consigo mais elementos oriundos do Death Metal, inclusive com blast beats em profusão, no decorrer dos seus quase quatro minutos de duração. Outros dois aspectos interessantes, é que a partir dela o grupo faz uso da nossa língua natal, o português, para passar a sua mensagem, além do maior uso dos sintetizadores, que garantem um tom mais épico para a obra, me remetendo, inclusive, aos álbuns do Dimmu Borgir da década de noventa. Acreditem, meus amigos, esses caras dão uma verdadeira aula de composição!
“Nebro” é um álbum longo, com quase uma hora de duração, complexo, muito rico em detalhes e que vai demandar muita boa vontade do ouvinte, para que seja apreciado e compreendido como se deve. A viagem proposta por estes quatro caras é, sem sombra de dúvidas, justificável, diante de tanta qualidade aqui apresentada. Em tempo, se você também é fã de Djent, pode cair pra dentro de “Nebro”, sem medo, porque referências ao estilo existem aqui em abundância! Incrível!
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